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           O Nascimento de Vênus é uma das, senão a mais famosa obra do pintor italiano Sandro Botticelli de acordo com Dr. Beth Harris & Dr. Steven Zucker¹ A pintura, que data entre o período dos anos 1482 e 1485, traz uma representação do mito da deusa Afrodite para os gregos, e Vênus para os romanos. A figura feminina da Vênus está totalmente desnuda, o que antes dessa época era uma representação exclusivamente de Eva, remetendo ao pecado.

O Nascimento da Vênus

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 Botticelli se baseou em um modelo de escultura romana representativa de Vênus, a Vênus Púdica, ou Vênus Capitolina (Por estar em posse do Museu de Capitolina, na Itália), podemos observar uma clara comunicação entre as obras, uma vez que a escultura sempre aparece escondendo seus seios e partes íntimas. Ela estava sobre os cuidados da família de Médici. A família de Médici foi a responsável pela encomenda de “O Nascimento de Vênus” de Botticelli, assim como outras obras que representam a Vênus, como “Primavera”. É possível observar na obra de Botticelli influências das estrofes (stanzas) do poeta neoplatônico Agnolo Poliziano, que também viveu em Florença na mesma época do pintor. A filosofia do neoplatonismo tentava conectar o cristianismo com a herança da cultura grega e romana.

 

O significado filosófico neoplatônico é, então claro: o trabalho significaria o nascimento do amor e da beleza espiritual como uma força motriz da vida. (Galeria do museu UFFIZI em uffizi.org).  

 

O Nascimento de Vênus

Vênus Púdica ou Vênus Capitolina

A obra data do período do Renascimento, “O Nascimento de Vênus” quebra o padrão do que já tinha sido visto antes na arte clássica de Rafael e Leondardo da Vinci, por exemplo. Não há uma preocupação milimétrica com a simetria e proporções realistas¹, o que pode ser notado nas proporções do pescoço e ombros da Vênus, na forma com que seu corpo se apoia sobre a concha, e a maneira que os membros dos deuses do vento estão entrelaçados.

A Vênus de Botticelli é tão bela, que não nos apercebemos do comprimento incomum do seu pescoço, ou o acentuado caimento dos seus ombros, e o modo singular como o braço esquerdo se articula ao tronco. Ou, melhor ainda, deveríamos dizer que essas liberdades que por Botticelli foram tomadas a respeito da natureza, a fim de conseguir um contorno gracioso das figuras, aumentam a beleza e a harmonia do conjunto na medida em que intensificam a impressão de um ser infinitamente delicado e terno, impelido para as nossas praias como uma dádiva do Céu. (E. H. Gombrich, A História da Arte, 16ª Edição, Editora LTC).

 

 Na obra podemos observar poucos contrastes de luz e sombra, podendo indicar uma forte referência à arte greco-romana em vasos. Outra característica que evidencia essa influência é a falta de perspectiva e profundidade. Também há a extrema luminosidade e utilização de tons claros indicam a tendenciosidade de indicar pureza nas divindades retratadas. Além da própria deusa que dá o nome à obra, são representados o deus do vento e uma ninfa, que carregam a deusa sobre sua concha até a costa, e uma figura que pode representar tanto a deusa Flora como uma ninfa das estações, que cobre Vênus com flores para protege-la.

 

Na pintura foi usado um material muito caro para a época: o pó de Alabastro.  Ele deixava a as cores mais vivas e resistentes ao tempo, uma dentre as demais características que tornam essa obra extremamente especial.

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