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            A aparência humana se tornou algo importante desde que nossos instintos começaram a determinar quais tipos de físicos eram os considerados mais saudáveis para passar os genes bons adiante. Entretanto, quando começamos a viver em uma sociedade com regras e arte a aparência se tornou também estética.

 

            Ao longo dos nossos milhares de anos essa estética se transmutou infinitas vezes e podemos acompanhar essa mudança através da arte de cada época.

            

 

  

Beleza Através do Tempo

          Começamos com a Vênus de Willendorf, uma escultura de 25.000 anos atrás que mostrava o padrão das mulheres consideradas belas: arredondadas, seios e quadris largos – traços perfeitos para uma mulher fértil.

 

         Depois temos a evolução do padrão, observado na Deusa egípcia da beleza e do amor, Hathor. Retratada como esguia, escura, com cabelos negros e armados.

           Já os Gregos e Romanos – os povos que mais influenciaram nosso conceito atual de sociedade – apreciavam a simetria. Um corpo equilibrado com seios e quadris medianos, traços delicados e harmoniosos. A Vênus de Milo é o melhor exemplo de beleza da época e é considerada linda até hoje.

 

Deusa Hathor

Vênus de Milo

          Em seguida pulamos para outra imagem da beleza muito aceita até hoje: O Nascimento da Vênus, de Botticelli. A Vênus do Renascimento tem seios levemente maiores do que os da anterior e a cintura um pouco mais marcada, mesmo sendo a mesma Deusa que observamos na escultura de Milo.

 

        Continuamos chamando a Deusa da beleza de Vênus (e em alguns casos de Afrodite), mas sua aparência se adaptou para o padrão da época em que foi estilizada por outro artista.

 

            Nos dois séculos em que o Renascimento dominou o mundo artístico, a beleza também mudou. E Da Vinci fez sua contribuição com a bela Mona Lisa, cuja face não se distancia muito da de Botticelli, mas em quem já podemos observar um pouco mais de peso e uma seriedade maior.

 

           O padrão não mudou muito nos 300 anos seguintes. A mulher com curvas avantajadas continuou sendo apreciada. Entretanto, o rosto mudou. O gosto agora era por rostos redondos, lábios cheios e olhos e narizes pequenos como podemos observar no quadro de Renoir.

Nu, As Banhistas

         Por esse padrão estético, o espartilho apareceu para auxiliar as mulheres a alcançarem formas mais definidas – diminuindo a cintura e ressaltando seios e quadris. E podemos ver essa mudança claramente na Ilustração do Ladies Home Journal.

 

           E esse ideal estético continuou por muito tempo, passando pela Gibson Girl dos anos 1900 que adicionou apenas a altura e começou a diminuir o peso. O peso caiu ainda mais na década seguinte, com as melindrosas ditando que as mulheres deveriam ter características físicas quase adolescentes, com seios e quadris pequenos.

 

            Na época da Segunda Guerra as curvas voltaram a ser apreciadas e o ideal estava bem próximo da realidade da maior parte das mulheres norte-americanas. O intuito não era mais esconder as curvas, mas ressaltá-las com saias e vestidos de cintura alta.            

Ladies Home Journal

           O período pós-guerra manteve o mesmo padrão, mas com corpos mais definidos no formato ampulheta, ou seja, o peso sendo diminuído novamente e pele perfeita. Estrelas de Hollywood como Marilyn Monroe eram os maiores exemplos, já que o mundo cinematográfico ganhava cada vez mais espaço.

 

            Nos anos 60, com a revolução sexual veio novamente uma mudança radical, o padrão ideal era ser magra e andrógina, quase como nos anos 20, com sua aparência quase adolescente e masculinizada.

 

            Os anos 70 mantiveram basicamente o mesmo padrão físico dos 60, influenciando uma perda de peso absurda nas mulheres. Os casos de anorexia se tornaram comuns e foi quando a doença finalmente recebeu a atenção que merecia. Entretanto, houve também a volta da aparência feminina, com cabelos longos, mas pouca maquiagem para dar a impressão de beleza natural.

 

            O ideal de magreza dos anos anteriores continuou nos anos 80, mas com uma nova cara: o estilo de vida saudável, ou fitness. As mulheres tinham como exemplo modelos como Naomi Campbell e Cindy Crawford. Levemente musculosas, mas não exageradamente e altas. Foi a era da ascensão das supermodelos.

O Estilo Twiggy dos Anos 60

           A situação piorou ainda mais nos anos 90, quando além de magras, as mulheres também deveriam ter seios avantajados – como Pamela Anderson. Paralelo a esse ideal, também havia a tendência ‘heroin chic’ cujo o intuito era ser o mais magro possível, assemelhando-se o máximo aos usuários de heroína. Diferentemente das modelos de aparência saudável dos anos 80, nos anos 90 a moda era parecer doente, esquelética, como Kate Moss.

 

            E a tendência apenas se agravou nos anos 2000, com ideais ainda mais magros do que as mulheres comuns poderiam alcançar, mas também acompanhado de um busto razoavelmente farto.

 

            Hoje os modelos de beleza ainda são muito abaixo do peso da mulher comum, mas já existem discussões e a inclusão maior de modelos plus size nos catálogos. Ainda não chega a ser o que especialistas consideram como saudável, mas é um passo dentre tantos.

 

            Como podemos observar com esta breve linha do tempo da beleza feminina, fica claro que a beleza é completamente subjetiva e submissa a mídia e a preferência masculina. E, ainda que ela mude eternamente, moldando-se de acordo com o contexto histórico do momento, ela continua sendo chamada da mesma forma, como a literatura nos mostra.

 

            Por mais que 2000 anos tenham se passado desde que os Gregos começarem a adorar Afrodite cuja qual, mais tarde, se tornou Vênus pelas mentes dos Romanos, as duas denominações continuam sendo muito usadas para adereçar cada um desses padrões ao longo de todos esses anos.

ASSISTA AO VÍDEO: WOMEN'S IDEAL BODY TYPE THROUGHOUT HISTORY

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